terça-feira, 19 de maio de 2015

Brasileiro troca de loja, mas não quer mudar de marca

Pesquisa com 6 mil consumidores também aponta que, para controlar gastos, 56% fazem lista de compras
O preço é decisivo quando a crise aperta, mas não é o único fator considerado pelo brasileiro na hora da compra. Menos impulsivo, o consumidor quer manter as marcas habituais e, para isso, está disposto a pesquisar mais, ir a redes mais distantes e substituir as idas semanais ao supermercado por visitas mensais.
Pesquisa da agência de publicidade Nova/sb com 6 mil entrevistados no País entre março e abril aponta que 77% deles pretendem mudar sua conduta devido ao momento econômico. Para gastar menos, 53% fazem listas, 41% pedem desconto ou negociam condições de pagamento, 39% consultam sites que comparam preços e 39% fazem "compras de mês".
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De acordo com o estudo, 39% dos brasileiros voltaram a estocar itens na dispensa e a frequência de compras está diminuindo. "O consumidor não quer mais testar novos produtos, pois o dinheiro está curto. Ele prefere marcas tradicionais e, para continuar a consumi-las, vai pesquisar mais e negociar a melhor condição de pagamento", diz Bob Vieira da Costa, diretor-­presidente da Nova/sb.
Outro levantamento, da Euromonitor, Euromonitor também aponta essa tendência de retomada de hábitos da época da inflação alta, como uma grande compra uma vez por mês, em vez de visitas semanais ao supermercado da vizinhança O consumidor está disposto também a ir mais longe por um bom desconto. A maior parte dos entrevistados pretende aumentar o consumo em atacados, lojas na internet, direto da fábrica e hipermercados ­ em ordem decrescente ­neste ano. E afirmam que as compras em shoppings, pequenos mercados e supermercados tendem a diminuir.
Apesar de querer economizar, o esforço é para não abrir mão da qualidade. Para 56% dos entrevistados, o objetivo é equilibrar o menor preço com a marca habitual. O foco de 51% é conseguir o valor mais baixo pelo produto que costuma adquirir, enquanto 26% privilegiam a etiqueta mais barata. "Os consumidores puxaram o freio conforme o medo do desemprego fica cada vez mais real, e a dívida adquirida nos anos de crescimento surge no horizonte.
A expectativa de demanda mais suave nos próximos anos vai exigir novas estratégias das companhias de consumo no Brasil", diz o relatório da Euromonitor. Se a tendência de compras mensais se provar relevante, a consultoria aponta como saída para o varejo as embalagens com mais unidades e preço promocional, ­os chamados pacotes "família".
Por Redação SM

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