Os especialistas afirmam que o fornecimento não vai se regularizar rápido. Há até quem aposte em um cenário pior do que o atual. Confira como alguns supermercados já estão lidando com a situação
O Sudeste enfrenta sua maior seca em décadas. Além da falta de chuvas, a escassez é fruto da falta de investimentos e também do desperdício. “Gastamos muito mais água para higiene e limpeza do que para saciar a sede. Esses usos geram efluentes, que são descarregados no esgoto. Este, por sua vez, é despejado nos rios sem tratamento. Isso polui as águas, o que impõe a necessidade de captar o recurso cada vez mais longe. Se houvesse tratamento da água antes de seu retorno aos rios, não estaríamos nessa condição de escassez”, afirma Sergio Werneck, presidente da Nova Opersan, empresa de soluções ambientais. Mas o fato é que as empresas, incluindo as de supermercados, precisam se adaptar a uma oferta menor de água. Quem garante é José Galizia Tundisi, especialista em recursos hídricos da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos). Segundo ele, o poder público não fez inteiramente a sua parte e não comunicou às pessoas a gravidade do momento. “Mas os hábitos do brasileiro também não mudam, o que gera desperdício crônico”, diz. Ele afirma que é preciso construir canais, reciclar lixo, tratar a água e adotar técnicas de reúso, além de reeducar a população.
O Sudeste enfrenta sua maior seca em décadas. Além da falta de chuvas, a escassez é fruto da falta de investimentos e também do desperdício. “Gastamos muito mais água para higiene e limpeza do que para saciar a sede. Esses usos geram efluentes, que são descarregados no esgoto. Este, por sua vez, é despejado nos rios sem tratamento. Isso polui as águas, o que impõe a necessidade de captar o recurso cada vez mais longe. Se houvesse tratamento da água antes de seu retorno aos rios, não estaríamos nessa condição de escassez”, afirma Sergio Werneck, presidente da Nova Opersan, empresa de soluções ambientais. Mas o fato é que as empresas, incluindo as de supermercados, precisam se adaptar a uma oferta menor de água. Quem garante é José Galizia Tundisi, especialista em recursos hídricos da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos). Segundo ele, o poder público não fez inteiramente a sua parte e não comunicou às pessoas a gravidade do momento. “Mas os hábitos do brasileiro também não mudam, o que gera desperdício crônico”, diz. Ele afirma que é preciso construir canais, reciclar lixo, tratar a água e adotar técnicas de reúso, além de reeducar a população.
O desafio é grande para os supermercados. A água é utilizada em setores como açougue, restaurante, padaria, peixaria, além dos equipamentos refrigerados e para limpeza em geral. Outro agravante: com menos água, a energia também passa por racionamento e a agricultura pode ter quebra de safras, com reflexo no preço dos alimentos. “Não me preocupo só com este momento, mas com o futuro, pois tudo indica que se trata de uma crise permanente”, afirma Valdemar do Amaral, presidente da rede ABC, com 29 lojas em Minas Gerais. Ele diz que a falta de água estressa os funcionários, o que afeta a empresa.
O uso racional desse e de outros recursos faz parte da política de sustentabilidade da rede. “Acompanhamos indicadores como metas de redução de água e de outros insumos. Realizamos esse trabalho não somente pela necessidade de controles de despesas, mas pela consciência de fazer mais com menos”, afirma Amaral. Os custos com água na empresa alcançam 0,35% do faturamento e representam 1,1% de todas as despesas. Além da conta de água, há taxas nas redes de esgoto calculadas a partir do consumo hídrico.
Com 19 unidades no Rio de Janeiro, o Princesa já vem se mobilizando. Faz reuniões internas com os colaboradores e espalha cartazes sobre os cuidados no uso da água. ”Adotamos ainda um sistema de captação de água de chuva para limpeza de carrinhos e caminhões”, explica Ronaldo Teixeira, gerente comercial.
O rodízio de água já é uma realidade para o supermercado Carone, com nove filiais no Espírito Santo. A empresa aumentou o volume de água disponível de 12 mil para 16 mil litros com a instalação de uma nova caixa. Outra saída encontrada pelo supermercado foi a construção, em outubro do ano passado, de um poço artesiano no terreno da matriz, em Vitória, quando viu que a situação iria se agravar.
“Essa água é destinada apenas à limpeza, pois sua utilização para outros fins ainda enfrenta muita resistência da população”, explica Luiz Carlos Manoel Barbosa, gerente de loja do Carone. Mesmo com a água do poço, Barbosa explica que a rede deixou de lavar os carrinhos de compra todos os dias. “Seria um desrespeito manter esse hábito enquanto a população sofre com rodízios severos. Optamos por uma limpeza mais superficial, mas correta e sem desperdício”, diz.
Os supermercados também podem compartilhar com os clientes as medidas de economia que deram certo. Assim contribuem também para uma maior conscientização da sociedade, o que é bom para todos.
A GRAVIDADE DA SECA
Veja a dimensão do problema no Sudeste
Veja a dimensão do problema no Sudeste
É a maior seca em:
» 90 anos no Rio de Janeiro
» 45 anos em Minas Gerais
» 40 anos no Espírito Santo
O que fazer
Medidas que podem ser adotadas pelas lojas
Medidas que podem ser adotadas pelas lojas
• Identificar os pontos de perda de água
• Instalação de medidores por setor para identificar os locais de maior consumo
• Adoção de equipamentos mais econômicos do que os convencionais. Exemplo: troca de caixas acopladas nas bacias dos banheiros de 12 para seis litros
• Instalar válvulas economizadoras nas torneiras
• Dependendo do tamanho do supermercado, adotar solução de captação e reúso de água de chuva
Por Patrícia Roque
Por Patrícia Roque
Fonte:Governos Estaduais
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