Classe média deverá manter o consumo mesmo na crise
A pirâmide econômica contava com 40% dos brasileiros enquadrados na classe média em 2004. Uma década depois o número passou para 56%. Em 2024 serão 58
– Mesmo na crise classe C deve manter gastos
Mesmo com o momento de desaceleração econômica, a classe média deverá manter o consumo em torno de R$ 1,35 trilhão este ano. Para não parar de comprar, esses consumidores tentarão administrar custos. A previsão é que muitos façam planejamento na hora de pagar as contas para manter hábitos de consumo.
É o que indica estudo da consultoria Data Popular, que aponta questões como entender e conseguir oferecer produtos e condições de compra para a nova classe média como o grande diferencial para as empresas continuarem a crescer em meio à situação de menor consumo.
Segundo o presidente da entidade, Renato Meirelles, pesquisa realizada pelo instituto aponta que 19% da população mundial vive atualmente com renda per capita de R$ 1.184,00, valor que é a nova classe média detém.
Pirâmide
Meirelles destacou ainda que nos últimos dez anos, a população do País cresceu de baixo para cima, ou seja, passou em 2004 de cerca de 40% dos brasileiros na classe média, para em 2014 representar 56%. Na próxima década, ou seja, em 2024, a expectativa é esse perfil seja 58% no País.
O maior desafio apontado por Meirelles é que o empresário entenda que este perfil de consumidor tem padrões de consumo e preferências diferentes da classe A e B. “Vocês já se perguntaram por qual motivo em bairros da periferia da cidade existe uma procura alta por produtos premium? Porque as pessoas que aumentaram o poder de consumo não têm a necessidade de sair dos seus bairros?”, questionou.
Para reforçar ainda mais o poder de consumo desta classe, Meirelles destacou que 52% das pessoas da classe C possuem conta em banco e 65% possuem cartão de crédito. No entanto, esta classe média possui pouco conhecimento e teve pouco acesso a educação financeira, pelo menos 32% deles acreditam que pagar o valor mínimo do cartão de crédito não paga juros, por exemplo. Ainda segundo a pesquisa, 89% dos entrevistados assume que está mais exigente em relação aos serviços oferecidos.
Inflação
Relembrar os difíceis momentos que o País vivenciou na economia com momentos de alta da taxa de inflação, há alguns anos, pode fazer o empresário entender que o Brasil já enfrentou situações muito mais complexas que esta, afirmou ele, “Este não é o pior momento que o comércio passa. E esses consumidores possuem um perfil mais resiliente, de pessoas acostumadas a passarem por situações de crise.”
Outro nicho com potencial de consumo são 12,3 milhões de pessoas que moram em favelas no País. “Se fossem reunidas em um estado, ele seria o quinto maior. Estes moradores irão movimentar R$ 68,5 bilhões em 2015, frente a R$ 43 bilhões do ano anterior. O poder de consumo é maior que 15 estados brasileiros, como o Espírito Santo, por exemplo.”
Sobre a confiança do consumidor da classe média em relação a situação do salários, apenas 9% acreditam que os salários irão aumentar, 37% dizem que o salários devem crescer abaixo da inflação e 53% não tem expectativas que o salários irão aumentar. No entanto, em contra partida, 62% afirmam que a sua vida pessoal irá melhorar. “É importante ressaltar que a nova classe econômica investe em formas para gerar mais renda e não deposita confiança apenas nas ações do governo, mas em sua própria força de trabalho. Afinal, 45% desses consumidores têm renda extra, além do seu salário”, finalizou Meirelles.
Fonte: DCI
por O Negócio do Varejo
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